Renda emergencial e obras são apostas para evitar crise em Mato Grosso do Sul

Para não deixar que a macroeconomia de Mato Grosso do Sul sinta os efeitos das paralisações em algumas atividades, por causa das restrições de mobilidade criadas por causa da pandemia de Covid-19, o governo do Estado aposta em duas frentes: um pacote de obras orçado em R$ 4,2 bilhões e também um programa de transferência de renda para atender aproximadamente 100 mil famílias.

O projeto faz parte de um plano que o secretário de Infraestrutura, Eduardo Riedel, tem planejado – desde quando estava na Secretaria de Governo e Gestão Estratégica – juntamente com o governador Reinaldo Azambuja (PSDB).

Os dois programas, segundo Riedel, têm uma característica que ele chama de “transversalidade”, que vai muito além de suas atividades-fim: transferir renda e executar as obras.

No caso da obra, Riedel explica. “Elas, em si, são duas fontes geradoras de emprego para a população. Na obra, diretamente, quando se tem um volume expressivo de recursos, se contratar pessoas para poder executar essas obras”. “Em segundo plano, são obras que proporcionam, em termos de competitividade, possibilidades para atrair novos negócios”, acrescenta.

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No caso do programa de transferência de renda, Riedel afirma que ajudará a economia local em todos os níveis de comércio.

“Democratiza não só o acesso aos recursos, mas permite que o tomador ajude o pequeno comerciante, pois ele poderá utilizar o valor a ser transferido, por meio de um cartão, em qualquer estabelecimento que venda alimentos. Pode ser o mercado da esquina, por exemplo”, ressaltou.

Riedel destaca que no ano passado, quando a economia brasileira recuou 4,1% por causa da pandemia de Covid-19, Mato Grosso do Sul cresceu mais de 2%. Neste ano, ele acredita que o Estado voltará a crescer.

Renda emergencial

O novo programa social do governo de Mato Grosso do Sul ainda está sendo desenhado. Inicialmente, seria enviado à Assembleia Legislativa nesta semana, mas poderá atrasar por conta da semana de restrições de isolamento para conter o avanço da Covid-19 em Campo Grande.

Ele será uma versão recalibrada do Vale Renda, programa que já atende 30 mil famílias do Estado, com uma transferência em dinheiro de R$ 180 por mês.

A ideia é que o valor seja igual ao do Vale Renda, ou superior. Estudo feito pelo governo de Mato Grosso do Sul já identificou que pelo menos 100 mil famílias que sofreram perdas financeiras durante a pandemia poderão ser alcançadas.

A novidade do programa está na tecnologia. O beneficiário terá acesso a um cartão e, por meio dele, poderá comprar itens de alimentação em estabelecimentos credenciados, algo similar com o que ocorre com os vale-alimentação do setor privado. “Vai ser um programa de segurança alimentar”, explicou Riedel.

Infraestrutura

Quanto às obras, foi por causa delas que Riedel deixou a Secretaria de Governo e Gestão Estratégica e assumiu a Pasta da Infraestrutura. Dos R$ 4,2 bilhões previstos, pelo menos R$ 2,2 bilhões já foram entregues ou estão contratados, e outros R$ 2 bilhões serão licitados em breve.

O programa contempla todas as obras de infraestrutura do Estado, em todos os setores, que vão desde a construção de pontes em estradas rurais até a construção de hospitais regionais.

Rodovias estratégicas também estão previstas, caso de trechos da MS-382, que facilitarão o acesso a várias regiões, como a de Ponta Porã (ao sul) e de Campo Grande (ao centro), a da Rota Bioceânica e a dos terminais de escoamento de grãos em Porto Murtinho.

“Quando a gente faz uma obra que liga Ponta Porã até Guia Lopes e que vai conectar a rota bioceânica, nós estamos falando de um volume muito grande de serviços, de empresas que vão se beneficiar disso”, explica Eduardo Riedel.

Essas obras, segundo ele, geram empregos agora e também no futuro. Ele cita o exemplo de uma ponte que está sendo construída em Rio Negro. “São 30 empregos diretos só com ela, fora as possibilidades de melhor escoamento da produção na região”, analisa.

Também há obras em outros setores, como educação e saúde. Estas estão diretamente ligadas à prestação do serviço pelo Estado e também na melhora da qualidade de vida da população.

“Todos os hospitais que estamos construindo e já construímos contam como obras, mas também melhoram a qualidade do serviço. “Temos 347 escolas que estão passando por uma completa transformação na infraestrutura para beneficiar nossos quase 200 mil alunos”, explicou.

 

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