Sem presença de assassino confesso, polícia reconstitui morte de Lanzarini

A Polícia Civil fez ontem (25) a reconstituição do ataque a tiros que provocou a morte do ex-prefeito de Amambai Dirceu Lanzarini, 62, no dia 24 de fevereiro deste ano. A reprodução simulada dos fatos ocorridos na Fazenda Palmeira, de propriedade do político, foi conduzida pelo delegado que preside o inquérito, Marcos Werneck, e envolveu peritos do núcleo de perícia de Ponta Porã.

A reconstituição foi feita sem a presença de Luis Fernandes, o “Paraguaio”, 54, autor confesso dos tiros que levaram Lanzarini à morte e feriram o genro dele, Kesley Aparecido Vieira Matricardi, 33. Fernandes trabalhava há uma década na fazenda de Dirceu Lanzarini.

Ele está preso desde o dia 12 deste mês, depois de passar 17 dias escondido. Auxiliado por advogado, Luis Fernandes negociou sua apresentação e foi levado no helicóptero da Polícia Militar do esconderijo até a delegacia de Amambai, onde foi cumprido o mandado de prisão preventiva e ele levado para o Estabelecimento Penal da cidade.

Por dois mandatos prefeito de Amambai, cidade a 360 km de Campo Grande, Lanzarini ocupava o cargo assessor especial do Escritório de Gestão Política de Mato Grosso do Sul. O inquérito sobre a morte de Lanzarini está em segredo de justiça, segundo a Polícia Civil.

Na manhã do dia 24 de fevereiro, Luis Fernandes disparou seis tiros de revólver calibre 38 na direção da caminhonete S10 ocupada por Dirceu Lanzarini e Kesley Matricardi. Um acertou Kesley no braço e no pescoço e outro a cabeça de Lanzarini. Quatro atingiram a lataria da caminhonete.

Os motivos teriam sido desentendimentos entre Luis Fernandes e Lanzarini, supostamente por causa dos valores de comissões sobre a lavoura.

O advogado da família Lanzarini, José Roberto Rosa, disse no dia da prisão que pediria a reconstituição do crime por considerar “absurdas” as alegações do autor do crime. “Falou que tentaram atropelar ele e que as vítimas chegaram a ir até o carro para pegar uma arma. Na verdade, ele atirou várias vezes contra pessoas desarmadas”, afirmou José Roberto.

“Versão absurda, que não tem lógica. Não tem chance de prosperar alegação de legitima defesa”, afirmou o advogado. Segundo ele, a acusação pretende buscar todos os recursos para aumentar a pena. “Vamos ver se cabe a qualificadora de motivo torpe ou fútil. Também estamos verificando a possibilidade dele ter premeditado, porque foi até o local armado, para uma discussão envolvendo valores”, disse José Roberto Rosa, no dia 13 deste mês.

CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS

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