O médico Sandro Arredondo, diretor de uma faculdade de medicina em Pedro Juan Caballero, morreu em um tiroteio perto da linha de fronteira com Ponta Porã (MS) nesta quarta-feira (27). A Polícia Nacional do Paraguai confirmou que o verdadeiro alvo era um outro homem, que estava no local, foi baleado, mas não morreu.
O crime aconteceu próximo à fronteira com o Brasil. O médico havia levado o filho para assistir um treino de motocross. A polícia diz que homens chegaram em quatro caminhonetes atirando em várias direções, e que um dos baleados foi o médico. Moradores gravaram um áudio do momento em que os tiros eram disparados. No local, várias cápsulas de fuzil foram encontradas.
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Várias cápsulas de balas de fuzil foram encontradas em local onde médico morreu em tiroteio na fronteira com o Paraguai. — Foto: Polícia Civil do Paraguai/Divulgação
Do lado brasileiro, o delegado responsável pela delegacia regional de Ponta Porã, Mikail Faria, disse que a Polícia Civil está acompanhando: “O alvo era outro, isso é uma coisa que não acontecia antes, uma pessoa que não tem a ver com o tráfico morrer no meio de um tiroteio. Vamos continuar monitorando o caso junto com a Polícia Militar”, afirma.
O médico chegou a ser resgatado com vida, mas morreu logo depois. Na faculdade que Sandro dirigia, as aulas foram suspensas.
Não há confirmação oficial de que o verdadeiro alvo seria Fernando Calonga, que trabalhou como piloto para o traficante brasileiro Jorge Rafaat, executado numa emboscada em Pedro Juan, em 2016. A polícia paraguaia diz que ainda não tem pistas dos assassinos.
A guerra pelo tráfico na região preocupa autoridades. Só em 2018 a polícia registrou mais de 30 execuções relacionadas à disputa pelo controle do tráfico de drogas na fronteira.