Dólar opera em alta e chega a R$ 3,88

O dólar opera em alta nesta quinta-feira (7), voltando a se aproximar do patamar de R$ 3,90, em meio a maior cautela no cenário externo e com investidores de olho no cenário político local e na tramitação da reforma da Previdência.

Às 14h29, a moeda norte-americana subia 1,28%, vendida a R$ 3,8831. Na máxima do dia até o momento chegou a R$ 3,8857, maior cotação intradia desde 2 de janeiro (R$ 3,8978).

A cotação da moeda acelerou a alta após o Banco Central Europeu (BCE) cortar as previsões de crescimento e inflação na região, e adiou para o próximo ano a sua primeira alta de juros pós crise. A autoridade também ofereceu aos bancos novas rodadas de empréstimos baratos.

A medida de estímulo já era prevista por agentes financeiros globais, mas os cortes nas projeções, com Mario Draghi, presidente do BCE, citando um “período de fraqueza contínua e incerteza disseminada”, foram uma surpresa, levando rendimentos de títulos do governo e o euro a caírem, segundo a Reuters.

De acordo com o operador de câmbio da Advanced Corretora, Alessandro Faganello, a fala de Draghi estressou o mercado, sobretudo o comentário de que os cortes nas previsões estão relacionados à desaceleração do crescimento global. “O estímulo já era esperado, mas os cortes de repente abrem uma discussão maior”, avaliou.

No panorama doméstico, cresce no mercado certa cautela com relação à reforma da Previdência em meio à ausência de notícias sobre a matéria, com o mercado monitorando os próximos passos da tramitação, como a instalação das comissões especiais na Câmara dos Deputados.

Na quarta-feira, o dólar encerrou a sessão em alta de 1,46%, a R$ 3,8342 – maior cotação de fechamento desde 28 de dezembro (R$ 3,8742).

Perspectivas

Pequisa divulgada nesta quinta-feira pela Reuters mostra que a expectativa do mercado é que o dólar deva se depreciar ante o real nos próximos meses devido às contínuas expectativas de que o presidente Jair Bolsonaro terá sucesso na reforma da Previdência.

O dólar foi projetado a R$ 3,62 em 12 meses, de acordo com a mediana das estimativas de 18 analistas consultados ao longo da semana passada.

“Os desafios para a governabilidade e a oposição às atuais propostas ficarão mais evidentes mais tarde no ano”, disse o estrategista do Barclays Juan Prada. Ele foi um dos nove analistas, entre 21, cujas estimativas eram mais fracas do que a mediana para a projeção em seis meses.

Já a projeção média do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2019 permaneceu estável em R$ 3,70 por dólar, segundo pesquisa Focus do Banco Central divulgada na véspera. Para o fechamento de 2020, ficou inalterada em R$ 3,75 por dólar.

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