Furto de corpo em cemitério era para cumprimento de pacto

A Polícia Civil conseguiu esclarecer a motivação do furto do corpo de Rosilei Potronieli, 37 anos, em cemitério de Dois Irmãos do Buriti (MS). Conforme relato de um dos envolvidos no crime, tratava-se de um “pacto” feito anos antes entre a vítima e o ex-namorado dela, policial militar aposentado José Gomes Rodrigues, de 57 anos. Ele quem arquitetou o plano.

Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta sexta-feira (15), a delegada Nelly Gomes dos Santos Macedo, comentou que a informação sobre este pacto foi revelada por Edson Maciel Gomes preso ontem por envolvimento no crime.

À polícia, Edson contou que, a relação de Rosilei e José sempre foi conturbada. O fato é confirmado pela delegada por meio da apresentação de boletins de ocorrência registrados pela mulher contra o ex. São casos de ameaças, violência doméstica e até estupro.

Ainda conforme o relato de Edson, primo de José, o policial aposentado e Rosilei namoraram durante muitos anos, vivendo um relacionamento marcado por términos e reconciliações. Nesse período, eles prometeram serem sepultados próximos um do outro.

No dia 10 de fevereiro, Rosilei Potronieli foi morta a facadas próximo a um bar em Terenos. Na ocasião, José estava preso por ter feito ameaças contra Rosilei. Ele foi liberado da delegacia onde estava no período da noite e ficou indignado ao saber que a mulher já havia sido sepultada.

Embriagado e pensando no pacto que havia feito com a ex-namorada, José teria ligado para o primo o “intimando” a resolver um problema juntamente com ele em Dois Irmãos do Buriti.

Os dois saíram de Terenos e chegaram ao cemitério ainda bêbados. No local, Edson ficou sabendo das intenções do primo e disse que, até tentou recusar, mas, ficou com medo das ameaças do policial.

Com auxílio de pás, eles retiraram o corpo da cova, colaram em um carrinho de mão quebrado e depois no porta malas do veículo em que estavam. O corpo foi levado para uma chácara em Campo Grande, onde outra cova já havia sido aberta e preparada para receber a mulher. O local estava com um tapete ao fundo e um travesseiro.

Na propriedade onde esta cova rasa foi aberta moram as filhas de José. Elas ficaram sabendo do plano assim que o pai chegou na chácara, mas, se recusaram a ajudar e se trancaram em casa.

O corpo de Rosilene foi lavado, vestido e novamente enterrado. José ainda cobriu o local com folhas para despistar. Velas foram acesas e colocadas próximas ao local em que o policial aposentado começou a ir para “conversar” com a vítima.

Segundo Edson, a intenção do primo era se manter diariamente próximo da vítima. Isto porque ao lado da cova ele teria dito várias vezes: “A gente tinha feito esse pacto. Eu cumpri. Agora você está perto de mim”.

A delegada conversou com o policial militar aposentado por telefone. Ele disse que já teve relacionamento com Rosilei, mas negou o crime. Já o primo, Edson Maciel Gomes está na delegacia à disposição da Justiça.

Para Nelly, este caso reflete o sentimento de posse que José tinha em relação a Rosilei, característica de homens envolvidos em ocorrências de violência doméstica.

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