Mulher que matou bebê escondeu gestação e fez parto sozinha no banheiro, diz polícia

A mulher de 25 que admitiu ter matado o filho recém-nascido afogado em açude na zona rural de Itaquiraí, por acreditar que ele estava com HIV, escondeu a gestação da família e fez o parto sozinha no banheiro de casa. De acordo com o delegado Edson Luis Ruiz Ubeda, responsável pelas investigações, a suspeita, inclusive, sequer procurou atendimento pré-natal ou após dar à luz.

O delegado explicou que a jovem passou a ser investigada depois que o corpo da criança foi encontrado pelo avô no dia 17 de dezembro, em propriedade localizada no Assentamento Aliança. “A partir de então, passamos a verificar as mulheres que haviam feito pré-natal e depois usamos comparações de DNA feitas pela perícia, para chegarmos a ela”.

Após ser identificada e localizada pelos investigadores, ela prestou depoimento na Delegacia de Polícia Civil do município, onde afirmou ao delegado ser soropositiva e disse que matou o bebê por achar que ele também estava com HIV. “Ela disse que tinha medo de que a criança fosse soropositiva e, por isso, cometeu essa barbaridade”, explicou Ubeda.

A jovem, que não é casa, relatou ainda que nenhum de seus familiares sabia da gestação e que não procurou atendimento médico porque não queria que descobrissem. “Ela disse que na manhã do dia 15 de dezembro, um sábado, sentiu fortes cólicas e contrações, e fez o parto sozinha, no banheiro de casa. Ali mesmo ela cortou o cordão umbilical com uma tesoura, enrolou a criança em um cobertor e depois foi para o sítio do pai, onde cometeu o crime”.

Ainda conforme o delegado, durante o percurso, a mulher deixou o filho mais velho na casa do pai, e foi de carro para o assentamento junto com um filho pequeno, o qual também teve a gestação escondida, e com o recém-nascido. Lá, jogou o bebê no açude e foi embora. Dois dias depois, o pai dela, dono da propriedade, encontrou o corpo enquanto separava vacas leiteiras para ordenha, e acionou a polícia.

A suspeita responde em liberdade por homicídio qualificado por motivo torpe, mas a polícia não descarta o surgimento de novas qualificadoras. O próprio delegado, acostumado a lidar com mortes violentas, disse estar estarrecido com a situação. “A morte de uma criança sempre choca. A gente não consegue entender como uma pessoa carrega o filho por tantos meses e depois tem coragem de fazer isso com um ser indefeso”, pontuou.

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