Presidente da Câmara diz que “cala boca” de 3 mil era pago a vereadores

O presidente da Câmara de Ladário, distante 419 quilômetros de Campo Grande, Fábio Peixoto de Araújo Gomes (PTB) e mais dois vereadores – em colaboração com o Ministério Público – recebiam R$ 3 mil do prefeito Carlos Anibal Ruso Pedrozo (PSDB) para não “abrirem a boca”.

O chefe do Executivo, o secretário municipal de Educação, Helder Naulle Paes, e os sete dos onze vereadores da cidade foram presos nesta manhã durante operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) que investiga esquema conhecido como “mensalinho”.

Em entrevista ao Campo Grande News, o parlamentar contou que desde março, quando protocolou denúncia e passou a colaborar com a investigação do Ministério Público, ele e os vereadores Daniel Benzi (MDB) e Jonil Júnior Gomes Barcelos (PP) vinham recebendo do prefeito R$ 3 mil para não abrirem a boca sobre situações irregulares no município. Dinheiro pago aos outros vereadores, que compactuavam com o chefe o Executivo. “Ele não queria que o nosso serviço fosse feito”, conta. Cada vereador recebe salário em torno de R$ 6 mil.

Ainda nesta segunda, o presidente da Câmara vai dar posse para o vice-prefeito, Iranil Soares (PSDB) e mais sete suplentes. Os vereadores presos são: Augusto de Campos, Lília Maria de Vilavalva de Moraes Silva, Paulo Rogério Feliciano Barbosa, Osvalmir Nunes da Silva, André Franco Caffaro, Agnaldo dos Santos Silva Junior e Vagner Gonçalves.

Eles, conforme o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), são investigados pela prática dos crimes de associação criminosa, corrupção ativa e corrupção passiva no Legislativo e no Executivo da cidade. Os mandados de prisão, suspensão do exercício de mandatos e de cargo público no município foram determinados pelo Desembargador Emerson Cafure, da Seção Especial Criminal do Tribunal de Justiça.

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